Sinto muito, vou chorar…

Como falar sobre a morte com as crianças?

O assunto não é fácil para os adultos e com as crianças pode tornar-se um desafio. Muitos adultos tem dificuldade de abordar este assunto com os pequenos, porém é inevitável.

Não existe idade certa para se tratar sobre ele. À medida que a criança vai crescendo, ela vai compreendendo melhor o significado da morte. A vida é feita de despedidas e a criança é capaz de entender isso. Elas lidam com essa experiência do jeito e no tempo delas, mas nós, adultos, podemos acolhê-las dizendo que tudo vai ficar bem.

O que não podemos é esconder o assunto dentro de casa, fingir que nada aconteceu, não expressar nossa tristeza, não chorar. Quando escondemos a tristeza, ensinamos a elas que devem esconder também, que não devem expressar suas emoções. Se perguntarem por que está chorando, conte a verdade, fale sobre a saudade que está sentindo.

Precisamos agir da melhor forma, sem inventar histórias para poupar a criança. Dizer que a pessoa fez uma “viagem” fará com que ela fique esperando o seu retorno, que nunca acontecerá.

Quando a morte atinge o núcleo familiar (pai/mãe). A conversa sobre a morte e o apoio à criança no processo de luto pode ser difícil para quem perdeu o seu companheiro. Nesse momento, é necessário contar com alguém da família para falar sobre o assunto com a criança e observar alterações de comportamento que indiquem que a criança está sofrendo e pode estar precisando de ajuda.

É necessário viver o luto em família, fazer com que a criança faça parte desse contexto e sinta-se a vontade para dizer o que sente. Deixe-a brincar, estimule-a para isso, se ela quiser se manter quieta, passe um tempo com ela sem forçar a conversa. Tente manter a rotina comum da casa, levando em consideração que está começando a construção de uma nova vida, de uma nova história, sem esquecer, é claro, das memórias que ela tem até aquele momento.

Lembrando que é preciso respeitar a forma que cada criança tem de lidar com o luto, cada uma tem a sua maneira e o seu tempo para superar e aceitar a perda.

Por Nara Darlene, Terapeuta no Espaço Vida Centro Terapêutico.

Rolar para cima
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.